Se magnífico, ora também tão estranho este ser...
Pois sendo forasteira de terras tão distantes, caminha
Enfrentando agruras, pedras, espinhos e monstros sem temer,
Focando seu futuro - também seu passado - a vida que dantes tinha...
Comeu do fruto proibido e dele sabe o segredo...
Abriu-lhe os olhos para a maldição que a cobriu...
A cobiça foi tanta que perdeu o temor e o medo,
Ganhou um purgatório dentro de seu corpo vil...
Se merecer o Inferno - jaz nele - até quando não sabe...
O conflito violento entre corpo e alma é a pior de todas as agonias...
A tentativa de reconciliação é a única coisa que lhe cabe...
Por isso perambula pelos séculos... Pelos anos... Pelos dias...
Lançou-se para cair de joelhos - em queda constante
O arrependimento não traz o castigo, mas o desejo realizado...
Então é esse ser meio necrófobo, meio morto-vivo errante...
Tanto alma estendida nas galáxias quanto arbusto enraizado...
Escapa-lhe entre os dentes as torturas internas que rasgam as entranhas,
Do peso de tão grande mistério aprisionado em seu peito...
Se contasse revelaria insanidades cujas imagens estranhas,
Que a tornaria semelhante ao delirante moribundo que se entrega ao leito...
Em terras tão estranhas - reino primitivo - arrasta-se de braços abertos feito cruz...
Sem saber se deseja partir ou se prefere ficar - pois sente sua hora...
Cada vez que caminha afasta-se mais ainda da Luz...
Nas Sombras da Morte - sem escolha - é onde mora.
Vazaram-se os olhos – é cega - incapaz de enxergar através do véu,
Demente ordinária, sem massa encefálica - incapaz de compreender...
Ao trocar sua morada para estar aqui perdeu o céu,
Para tê-lo de volta - o estranho ser - vida após vida precisa viver!
@shimadacoelho
Forasteira de Shimada Coelho é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.
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