Não basta o clausúlo...
Sinto o fedor do túmulo
Eu sei que vou enlouquecer
Com a mente intacta quero morrer
Morrer... Preciso logo...
Não suporto mais essas imagens
Essas cenas, visões e miragens...
O desejo de arrancar os olhos da face
Para que esse tormento passe
Ver... Minha maldição...
Calem essas vozes por favor!
Esses gritos e pedidos em clamor...
Quem fala se estou sempre só?
Quero matar meu tímpano sem dó...
Ouvir... Não quero mais ouvir...
Quero esquecer meu passado
Não me importa o que vi no século retrasado!
Quero inventar meu presente
Viver igual a toda gente!
E não quero saber do futuro!
Quero andar em cima do muro!
Não suporto esse cheiro de sangue
Tira-o antes que o meu se derrame
Castigo que permite antigos vôos...
Meu corpo divide-se entre aqui e lá
Deixe-me de uma vez cá
Deixa-me de vez no inferno!
Vestida desse vermelho velho...
Do perdão que não alcancei...
São Paulo, 14 de Novembro de 2008
O Grito de Shimada Coelho é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.
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