Meia noite e trinta e um... Eu sigo pintando as paredes do meu cantinho...Comecei tarde da noite, sou assim: decido fazer algo, simplesmente vou e faço! Não sei esperar: esta é uma lição que talvez eu nunca consiga aprender. Imediatista! Por isso, ligo o ventilador para acelerar a secagem. Quero saber logo o quanto ficou bom! Exigente ou disciplinada? Só sei que em tudo o que faço, procuro fazer o meu melhor.
Cada pincelada traz uma memória ou um pensamento... Tudo de funde formando um redemoinho. O pincel desliza e penso se junto à tinta ficará o que penso ou o que sinto... Se ficará minha energia ou meu humor... Se terão ideia do que se passava dentro de mim enquanto eu pacientemente, desliso o pincel....
Pego uma xícara de café quente. Não, não afasta o sono: as preocupações sim e elas são tantas....Acendo um cigarro e desejo que meus pensamentos voem com a fumaça branca. Não, eles continuam aqui na mente: eles são como nuvens negras.Desvio o olhar para tantos livros na prateleira e me pergunto "Pra que?".
Não estou sozinha: Lupita, a minha cão guia, está comigo, sempre perto, junto. Dizem que Deus também está comigo - seja lá o que Ele for - e duvido muito: há anos tenho que aprender mais e mais a viver e ser sozinha. Acredite: ninguém vem te salvar quando você mais precisar.
Vivo cercada de pessoas que falam sem parar, que querem mostrar coisa, desabafar coisas, expressar coisas, contar coisas e eu, sou uma gigantesca orelha ambulante a nada mais. Não consigo me lembrar se sempre foi assim... Todo mundo acha que tem algo mais importante pra dizer, pra mostrar, pra contar... Todo mundo quer ser prioridade...
E você ai na madrugada, precisando dormir para acordar e dar sentido a sua segunda-feira, vive a fé que em algum momento alguém vira e se interessará pelo que você diz, pelo que você sente, pelo que você quer mostrar, pelo que você quer e não! Apesar de acreditar ser diferente de fé, talvez nem a fé possa mudar isso. Não virá ninguém. Não existe esse alguém. Só existe você mesmo(a) por você!
A dor maldita sempre volta como uma visita indesejada....Não, como uma barata que sempre encontra um meio de entrar...Ela vem e dói, dia após dia mais intensa...Situações indesejadas parecem ser atraídas por ela....E situações bobas se tornam tempestades e a dor dá um salto latejante!
Não tem ninguém pra te ouvir! Não há pra quem contar! Não há ninguém! E de repente, nem nos damos conta de que, enquanto os pensamentos parecem um riacho recebendo água da chuva, estamos falando conosco e também não nos ouvimos.
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