O importante é o ser e não o vir-a-ser; um não é o oposto do outro; havendo o oposto ou a oposição, cessa o ser, haverá conflito. Ao findar o esforço para vir-a-ser surge a plenitude do ser, que não é estático; não se trata de aceitação ou de mera contestação; o vir-a-ser depende do tempo e do espaço. O esforço deve cessar; disso nasce o ser que transcende os limites da moral e da virtude social, e abala os alicerces da sociedade. Esta maneira de ser é a própria vida, não mero padrão social. Lá onde existe vida não existe perfeição; a perfeição é uma idéia, uma palavra; o próprio ato de viver e de existir transcende toda forma de pensamento e surge do aniquilamento da palavra, do modelo, do padrão.
( Diário de Krishnamurti - pág. 62 - Edit. Cultrix )
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