Sepulcros

Números, nomes
Na lembrança...
Janelas e portas,
E tantos caminhos...
Endereços, lugares,
E a esperança...
Da certeza
De não se estar sozinho.
*
Escolhas e opções...
Setas e placas de direção...
Veículos, passos: ação!
Respostas e mais questões...
*
Impossível subir ao céu...
Incapaz de voar sem asas...
O profundo abismo...
Inatingivél...
Nosso mais profundo:
uma cova rasa.
*
Silêncio absoluto.
*
Mais placas e nomes...
E datas...
Nas casas de ninguém!
Tantos restos de trapos mudos...
Tantas vidas mortas...
Tantos brotos que do chão brota...
Por isso ali paz tem?
*
No silêncio...
Apenas cantam os passarinhos...
Chiam as folhas das árvores...
Que sustentam seus filhinhos...
*
Os cães da vizinhança
Latem...
O vento balança a persiana...
Criando listras de luz e sombra,
Sobre a bem arrumada cama...
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E vê-se morros com tantas casas...
Com seus números guardando nomes...
Com suas janelas e portas
Que se abrem e fecham...
Por onde entram e saem...
Os que embora pareçam vivos...
São mortos andantes
Que nunca caem!
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Das janelas avistam caminhos...
Mas nas portas eles começam
E terminam...
Avistar ou caminhar...
Muda ou não o destino.
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-=Shimada Coelho=-
13/05/2009

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Publicado no Recanto das Letras
Código do Texto T1594997
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