Destaque para outras Almas Nuas

sábado, 8 de agosto de 2009

Onde Brilha a Luz?



A Humanidade segue seu curso natural: colhemos as consequências de nossos atos. E você me pergunta:" -Mas que culpa tem aquele ou esse?" Todos são culpados... Ou pelo ato, ou pela conivência, ou pela negligência ou pelo descaso, ou pela inércia,mas todos tem culpa.

A Alma não mede o tamanho de seu corpo, embora ela só alcance os limites que você determina. Ela tem a dimensão que você é capaz de enxergar. Alma de criança e de adulto é igual... Diferente é a mente física.

Nos meus estudos e pesquisas, conheço pessoas focadas nos futuros acontecimentos... Ou é meteoro que irá se chocar contra a Terra, ou é Nibiru, ou o nível do mar vai subir a tal ponto que cobrirá tudo... Não faltam mais desgraças para os homens, não bastassem as que já existem... Essa é a visão geral da maioria dos humanos... O que ele sempre vai enxergar à frente é desgraça, pois é incapaz de garimpar no meio das dores e sofrimentos algo bom para se apegar e fazer 'render' mais bondade... Se alguém ousar reacender sua brasa que quase apaga, terá um balde de água fria tentando apagá-la, pois além de ser mais simples sentir-se derrotado e vítima, é preciso para esses que todos sejam solidários, entregando-se também.

O mundo está saturado faz anos! Excesso de pessoas, de problemas, de desempregados, de competição,de desumanos, de violência, de tudo o que é ruim.

Quando uma pequena centelha ainda brilha no interior de alguém, é impossível não ser percebida, tamanha a escuridão que toma tudo... E nesta escuridão, vampiros famintos, saqueadores que são incapazes de produzir para si mesmos, espreitam para sugar o que resta de Vida!

Mesmo assim, quem se foca em conquistas e ambições, mergulha cada vez mais em seus anseios. Quem se entrega a depressão ou a dor, afunda mais e mais no poço sem fim do sofrimento. Quem se apega no que escolhe, escolhe o que lhe satisfaz: essa é sua corda para se segurar e fingir que segue, e pode-se estar seguindo para o fundo.

Independente do que seja, todos estão fugindo, mas não há para onde fugir.Quem chega ao fundo do poço, nele fica preso. Quem alcança o cume da montanha pode não sobreviver ao frio e a solidão, quem busca o abismo nos oceanos, morrerá.Meus olhos procuram que seja uma única pessoa que mergulha na Luz.
Que seja o tal do único justo que consegue transformar centelha em facho... Problemas, em lições. Aquela pessoa que possa retardar o fim de Sodoma, que seja o motivo para que mais dez sejam salvas.

O mundo coletivo será disso para pior, com seus altos e baixos... E você me pergunta:"- Se não vai melhorar, vale à pena viver tentando mudar pra melhor? Então, vou liberar geral!" Outro ponto no ser humano que parece natural: se tudo está ruim, entreguemos-nos ao mal."O mundo vai acabar mesmo, que se dane tudo!" E então, podemos visualizar que quando o caos se instala, é que o ser humano revela toda sua bestialidade...

Mas, diante da Morte, ele suplica os cinco minutos à mais que usava para dormir, agora para ficar mais tempo acordado.Ele consegue rever a vida, ver o que poderia ser feito, e tenta fazer como se isso pudesse prolongar seus dias, recuperando anos em semanas.É preciso o 'fim' para perceber os tantos começos e recomeços da vida...

E ninguém se dá conta de que o mundo coletivo é reflexo do mundo individual... Que tornam todos culpados de tudo estar como está.
E segue o ser humano sua jornada limitada, crendo apenas no que está diante de suas fuças. "Se há um Sol nascendo no horizonte e posso vê-lo, então existe. Não vejo nada além dele, então não há mais nada!".

E vejo a multidão que caminha aglomerada como um rio lamacento, que não crê que um rio desemboca num mar, como se no fim do caminho só existisse uma pedra ou a barreira construída pelo Castor que a constrói porque sabe mais do que nós que além da barragem há muito mais.

Nossa culpa irá aumentar quando escolhermos continuar sem ver onde pisamos, fugindo para nossas cavernas disfarçadas de objetivos e anseios, ou diminuirá quando percebemos que estamos ligados e somos uma reação em cadeia constante onde a ação de um propositadamente ou não, afeta o outro.

E se o fim virá? Sempre vem: não há começo sem um fim. Mas,independente dos rumos que a Humanidade terá que seguir, independente de que seja um meteoro ou uma bala perdida que venha ao nosso encontro, a caminhada jamais termina... Quando acaba aqui, continua em outro lugar!

E de repente, me dou conta de que a centelha de Luz que procuro está aqui dentro, ai dentro de você, em todos nós... Umas escondidas atrás de vários véus, outras brilhando em janelas...

-=Shimada Coelho=-
São Paulo, 08 de Agosto de 2009.

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