Temo que o céu desabe sobre minha cabeça...
Desabarão as estrelas, as nuvens e os aviões,
Então me escondo...
Temo que o mar transborde e me afogue...
Engolirá os grandes prédios, as belas casas e as cidades,
Então, busco a mais alta montanha...
Temo que as montanhas se desfaçam...
E soterre os mortos, os vivos e os mortos-vivos,
Então, busco o mais profundo abismo...
Temo que o abismo vomite...
Todo lixo, toda lava quente e toda fúria que esconde,
Então, não há mais lugar seguro...
Temo a vida onde vou morrendo aos poucos,
Temo a morte que me levará a vida...
Temo meus desejos,
Minhas fantasias,
Meus projetos
E minha sombra...
Temo minha inconstância
E minha inquietude
Que vai me transformando em inimiga de mim mesma.
São Paulo, 26 de Novembro de 2010.
Inquietude de Shimada Coelho é licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported.
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