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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Reflexão sobre o Futuro das Gerações

As assembléias onde nossos políticos se aglomeram fedem a museus, onde não apenas pessoas velhas como também pensamentos antiguados mofam em discursos repetitivos, sem nenhuma emoção e sem nenhum sentimento real de doação em prol ao povo brasileiro. (vide canal Senado e comprove)

Olho para nossa atual juventude que se perde entre garrafas destiladas e cachimbos fétidos e me pergunto até quando as múmias politiqueiras ocuparão os lugares onde a boa ventura aos brasileiros deveria escoar.

Gostaria de saber a linguagem dos jovens para dizer-lhes: "- Acordem!" - se é que teria tempo para pelo menos isso, já que seus corpos vão surgindo aos montes em estradas, ferragens distorcidas, becos escuros e ruas pouco movimentadas. Lembro-me em que década morreram os sonhos juvenis de lutar pela prátia e onde os desejos de um mundo melhor transformaram-se em utopia. Lembro-me que ainda neste tempo, a palavra valia e a honra era inquestionável. Os tempos eram difíceis, e talvez por isso a luta nunca cessava? Só se sabe o valor das coisas quando não se tem?

E volto a observar nossos jovens, perdidos em modismos, sonhos e fantasias coloridas, nos cultos e rituais ao Ego e ao corpo que levam quase todos eles ao encontro com a Dama de Negro cuja foice não pára nunca! Enquanto o mundo desaba, vão a lugares pelo Google Earth e chegando lá, concluem sua visita com uma web cam em tempo real. E se apegam a virtualidade cada vez mais pois na segurança de seus quartos e atrás de um monitor, são tudo e podem tudo, inclusive aborrecer qualquer um como se no mundo virtual ninguém merecesse também algum respeito.

Havia um tempo em que a palavra dos mais velhos era sabedoria. Aos mais velhos exigia-se respeito e cabeça baixa para ouvir. A cabeça erguida só era permitida se fosse por admiração. Hoje, procuro velhos sábios... Pois os valores se inverteram tanto, que talvez eles estejam sentados por horas num banco de praça vendo a vida e as pessoas passando.

Na minha juventude eu era considerada à frente do meu tempo... Hoje, pareço ultrapassada... Mas nunca perceberam que sempre preferi que o antiguado e o novo andassem de mãos dadas. Há valores e costumes do passado que jamais deveriam cair no esquecimento. Há valores atuais que se unidos aos do passado, fariam nossa sociedade bem mais evoluída.

Perdemos não somente os bons costumes, não somente a honra, não somente o valor de uma palavra nossa... Perdemos também a postura e a educação. Os jovens mastigam de boca aberta, não sabem se sentar à mesa e acham que isso é ser livre e despojado. Nos subúrbios andam feito índios semi nús, perderam o pudor e o respeito próprio e chamam isso de estilo. Lembro-me agora que há coisas do passado que deveriam ser extintas, mas continuam presentes e discretas nos inconsciêntes juvenis. Fumar, beber e usar drogas dá estatus, faz fama e deixa uma boa impressão entre os outros.Idéia patética que funcionou bem para o comércio de drogas legalizadas nas décadas passadas, mas hoje...O nome disso, moçada, é auto destruição!

Meninas que ainda nem menstruam tentam encher os seios com bojos para usar decotes e chamar a atenção de meninos mais velhos. E dizem que a mulher ganhou autonômia e independência, mas ainda precisam dar a última espiada no espelho para ver se a calça hiper apertada está marcando bem seus contornos, com a desculpa que faz isso pra si mesma. Falso moralismo e falso pudor? Não, é deturpação de conceitos e inversão de valores mesmo. Pois vejo mulheres que saem tão pintadas feitos araras e tão cheias de acessórios feito uma árvore de Natal dizendo que com isso provam amor próprio, mas o primeiro condenado que encontram na rua consideram o verdadeiro amor de suas vidas.

Não é preciso casar e povoar a Terra com filhos para se descobrir. Não é preciso ser desinteressante para o marido para só então descobrir que o espírito sempre pode ser jovem e o corpo sempre em cima. Não é preciso ver a família tomando seu rumo e descobrir a solidão para perceber quanto tempo da vida foi gasto, quantas oportunidades foram perdidas e que essa mesma vida possuí muitos objetivos e todos eles não se resumem a ter um homem. Por que as senhoras que poderiam ensinar tanto aos jovens estão tão ocupadas em voltar a ser jovens? E por que as jovens olham para suas mães tão joviais e tentam ser tão adultas? E por que os pais sentem tanta necessidade de voltar aos seus grupos sociais? Precisam mesmo impor sua masculinidade depois de conseguir a proeza de formar uma família?

É duro demais, é grosseiro, é cruel dizer tudo isso? Cruel e duro é ver o caminho para o qual segue a humanidade e o futuro. Pois, embora já possamos reconhecer onde estão as injustiças, as leis favorecem os novos valores, as novas inversões e o novo modo de vida insatisfeito de quem não soube escolher e se arrepende agora do modo como vive.

Pessimista, negativo demais? Não! Otimismo, pensamento positivo, fé, atração do Bem nada tem haver com fugir da realidade! É possível atrair o bem em meio a calamidade!


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A obra Reflexão sobre o Futuro das Gerações de Shimada Coelho foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não-Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Não Adaptada.
Com base na obra disponível em shimadacoelho.blogspot.com.

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