Ao longe no horizonte ainda está de pé o emaranhado de prédios: fabricas de manipulação mental em massa separando através de pontes seus escravos citiados por altas torres que os circundam para facilitar o aprisionamento...
A guerra ainda é armada mas, o fogo só grita no momento da extinção. Para o domínio, outra arma é mais eficaz: objetos ostentados do outro lado de paredes de vidros de todos os tamanhos que ao mesmo tempo refletem a máscara de gente grande escondendo a criança mimada.
As sirenes mudaram de tom...O alerta da chegada da Morte agora grita outro tom... Ambulâncias e viaturas tentam escapar do mar de carros que não fluí - quando passam darão carona para a Morte! Cavaleiros em dupla vagam sobre um cavalo só, e a armadura na cabeça serve apenas como escudo da identidade que não precisa ser conhecida: o que se vê já é suficiente. Saqueiam quem passa pelas estradas: levam poucos valores ou o maior de todos eles por medo!É isso que o grito do disparo anuncia: quem empunha a arma na verdade tem medo!
A cidade está fora de controle... Os lideres perdem a cada dia o controle... Porque a atenção deles está presa aos maços de papel retangular...
Os senhores feudais ainda persistem, explorando as minas para engordar a ambição e a ganância. No lugar de cérebro um emaranhado de sanguessugas pedem cada vez mais.
Não há mais os cenários de guerra como vistos outrora... Agora, disfarçam tudo com fachadas de beleza e nível de vida. Mas a guerra está acontecendo... Ninguém vê, assim como ninguém vê que o Inferno arde dentro de cada um que não invoca pra si o paraíso.
Onde está a Liberdade? Está no canto dos pássaros que ainda podem ser ouvidos mesmo com o arrancar dos motores. Onde está a Liberdade? Está no vento suave que alivia o calor. Onde está a Liberdade? No filho que está para nascer e não se sabe se menino ou menina... No nome que será escolhido.
Está no sorriso, no pulsar do coração, na criança que ainda pode brincar, nas roupas que balançam no varal, tal pipas... Está na pele que clareia ou escurece, nos cabelos que crescem ou encurtam, que mudam de cor, caem demais ou nascem aos montes...
Onde estás o Liberdade? Na flor que nasceu: ninguém lhe deu tal ordem! No aroma do café que trás a lembrança seu sabor. Na respiração profunda do filho que dorme o sono dos justos.
Quem tem olhos e ainda enxerga é livre! No meio do caos a paz é o broto que surge no concreto! Os pensamentos que questionam são livres! Quem persevera e não desiste é livre também!
A Liberdade está onde o ciclo natural ainda fluí!
Guerra Mental de Shimada Coelho é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.
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