Uma única voz era ouvida narrando histórias de assombrações que apareciam ao longo dos caminhos estreitos em meio as plantações da roça interiorana mineira.
O narrador parecia estar ali no local dos fatos... Sua alma parecia estar voando em outra dimensão, embora as mãos calejadas e experientes cortassem o fumo de corda amparado pela mesma mão que segurava entre os dedos a palha.
O bule ainda soltava fumaça do café recém passado que enchia as canecas de ágata e espantava o sono que se encostava por causa de tanta atenção e mudez.
Findava-se a história, passava-se a vez... Outra se iniciava e mesmo os ruídos feitos pelas juntas das velhas cadeiras, o ranger das dobradiças enferrujadas da porta entreaberta ou os sons noturnos na escuridão não causavam espanto nem susto.
Nenhuma história de fantasmas ou espíritos era capaz de tirar a beleza dos vizinhos reunidos à noite - longe da existência da TV - contando causos da vida."
O trabalho Conversa à Luz de Vela de Shimada Coelho foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em http://shimadacoelho.blogspot.com.br/2012/08/conversa-luz-de-vela.html.
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