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quinta-feira, 16 de abril de 2020

OU tudo passa ou tudo é descartável

"Daqui a pouco vou subir lá em cima da casa... Se cresci olhando o horizonte, gostaria que meu fim também fosse com a mesma visão... Quero sentir o Vento frio me envolver... Tirarei a roupa,  abrirei os braços e pedirei um abraço ao Vento: esta é toda a noção - e apenas noção - que terei da liberdade... Minha vida foi uma mentira! Tudo é uma mentira! Absolutamente tudo está coberto por um véu: é fachada, é mascarado, é disfarçado...

No fundo, todo mundo esteve certo sobre mim: e que coisas marcantes disseram! 

É madrugada.... Olho as luzes artificiais... Não só meu estilo de vida, minha casa, meu bairro foram minhas prisões: meu corpo também o é...

Conto e separo: 1... 2... 3... 4... 5... 6... 7... 8... 9... 10! Dez e terei coragem de voar! Também conseguirei acabar com todo sofrimento que causo às pessoas. Sim, a culpa é minha, sempre minha! Sou eu que devo ouvir, aceitar e compreender: quando será a minha vez? É como pular corda...

Minha mãe dizia "você estraga tudo", "você perde tudo", "você é imprestável" e tantas coisas mais que eu iria repetir alguma coisa se continuasse... Ela estava certa. Eu posso ver como faço tudo errado. Até hoje ouvirei a lista depreciativa de minha mãe em outras bocas das mais variadas formas... Tudo em mim era motivo para algum tipo de agressão... Tudo parece ainda ser. Só havia uma coisa que ela demonstrava apreciar, mas, logo depreciava: ela me achava bonita. Achava e em seguida dizia: "- Vai servir só pra puta!".

O que estas bocas depreciativas talvez não saibam é que eu posso perturbá-las de alguma forma porque ainda estou tentando ser compreendida. Eu ainda quero deixar de estar só. Eu ainda gostaria que as pessoas me dessem o melhor delas assim como tantas vezes dei. Meu pai dizia isso: "Dê as pessoas aquilo que quer receber". Meu pai mentiu pra mim... Eu recebia muitas e muitas vezes  o contrário. 

Submissão ou pacividade excessiva? Seja o que for eu odeio ambas. Eu abaixo a cabeça, engulo sapos, finjo não ver, finjo não ter ouvido, finjo não sentir. Comigo, sempre puderam fazer o que quiser, usar como quiser. O que ninguém sabe - porque não interessa saber algo sobre mim - é que sou uma mula: pacífica, mas, que reage se ameaçada com um coice....

Deveria ser como o cultivo de uma semente preciosa: você dá seu melhor a alguém e quando você mais precisar, aquele alguém terá o mesmo melhor. Eu sou tão idiota! Eu realmente acredito que as pessoas pensam e sentem como eu. Que elas enxergam o mundo como eu. Estou tão decepcionada comigo! 

É... Estou muito, muito decepcionada comigo! Eu não consegui! Lamento ter ocupados seus espaços e seus tempos... Lamento por educação: eu nunca fui prioridade pra ninguém!

Já ouviu um "eu te amo"? Aquele esperado "eu te amo" que te f az sentir realmente importante? Eu nunca ouvi e não se surpreenda: há tantas coisas que desejei e que não tiveram ainda uma primeira vez... Como alguém que voltasse por se dar conta do quanto me machucou... Ou um "desculpa" nem precisava ser perdão... Por que é tão difícil para as pessoas se explicarem e pedirem desculpas?

Lembrei agora que não acredito em mais nada e não acredito que alguém um dia irá ler estas palavras... Eu estava certa em não crer em nada... Podia ter aprendido isto antes para ter machucado menos pessoas, mas, pessoas que ocupam espaço fazem dessas...

Eu não pretendo escrever mais... Estou desistindo!

Me entenda, ao menos uma vez na vida, deixe-me ser entendida, pois, pedir compreensão seria pedir muito! Eu nunca sei o que faço ou fiz de errado. Nunca entendo porque eu tenho que sempre que me desculpar mas, ninguém se desculpa comigo. Por que sempre vai haver gente para torcer contra do que a favor? Por que sempre tem uma mão pra te empurrar e não pra te levantar? Por que eu sempre estrago tudo... Ah! Minha mãe disse um dia porque.. É minha inferioridade. "Põe na sua cabeça que você não é especial!". 

Meus sonhos se transformaram em fumaça... Meu universo pessoal está desabando...

Eu só queria ser realmente importante e suficiente para alguém..."

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