
"Lamento tanto...
Era para ser brisa, não ventania...
Era para serem ondas dançando, não tormentas...
O paraíso oferecido não pode ser visto,
Pois alguns Guardiões corromperam-se!
A cobiça desejou o lugar mais alto: o teu lugar!
A cobiça regride teus passos e te leva abaixo...
Encontrarão um modo de dizimar tua espécie...
Limitarão teus dias... Abreviarão tua existência...
Querem tardio o resultado do aborto...
Nada por ser feito...
São muitos os véus que cobrem a entrada da Mesquita...
São negras as vendas que tiram o brilho da íris...
Os passos já se acostumaram com o caminho dos desiludidos...
Os braços não se dobram mais: querem sempre mais...
Aproveita então o Sol de teu renascimento...
Pois quando a imensidão escura vier sobre ti será definitiva:
Não mais brilharão as estrelas e os astros no infinito...
Aproveita a caminhada, pois é breve o caminho,
Logo o chão engolirá teus rastros...
O Tempo dilacera pouco a pouco o Espaço...
Estagna-se... Ilimita-te mais e mais...
Logo a carne rasgará caindo aos teus pés...
Será então além do Horizonte, além das estrelas,
Além do Sol e das tantas Galáxias...
Ouve agora, a Orquestra se afina para o grande espetáculo...
Quando o Mar agitar-se e as Nuvens engolirem-se,
Os raios e trovões tocaram as trombetas anunciadoras...
Tremerá a Terra até os ossos e vomitará suas lembranças...
A agonia ante o inevitável trará medo e pavor...
Não será o princípio das dores, pois na dor foi concebida...
O que determina fim não pode ver além dos que os olhos podem enxergar...
Serão as certezas tornando-se seu pior pesadelo, derrubando suas verdades ao abismo...
Um re começo imprevisível... Renascimento esperado e Cósmico...
Será tua vergonha revelando-te cego no descaso da reles existência."
Fronteiras de Shimada Coelho é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.
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