De tanto esperar por tantos anos, olhando o horizonte, encontrei o meu amor
O Vento - meu amigo generoso - subia sempre de lá dizendo: "- Está depois dali!".
Se para toda mudança é necessário o caos, para encontrá-lo foi necessário tanto dissabor.
E qualquer dor se ameniza, vindo o Vento soprar, refrescando a memória de que está ali.
Ali... O horizonte... Onde esperei a vida toda que ele viesse...
Ali.. Depois de tantos vales e declínios.... depressões e empecilhos...
Ali... Depois de tantas noites e pedidos a estrelas cadentes para que o me desse...
Ali... Passou o tempo, mudou a paisagem, escrevi livros, tive meus filhos...
Enfim ele surgiu, alma gêmea, espelho lúcido com uma energia tão minha...
Teu rosto familiar, de homem feito, com marcas do tempo e no olhar um menino...
Teu sorriso, pra mim feito aquele sol nascendo no horizonte de onde sabia que tu vinha.
Tuas palavras, tão desejadas, inacreditáveis, doçuras suaves compondo um deslize no violino.
Só agora... Enfim... O que sobrou pra ti, samurai valente, desbravador dos pampas?
E agora? O som que ouço são as baladas que se aproximam da meia noite?
Só tenho um colo já cicatrizado onde desejaria todo o tempo que fosse nele que teu rosto estampas...
A Dama da escuridão me assombra revelando-se através do brilho da foice...
Estendo minhas mãos, tão cheias de calos, abro meu peito e reviro "O que tenho eu para ti?".
Tão nobre mestre, cuja honra ainda lhe prevalece, de tão fino trato que minha face enrubesce...
E falando em honra, no meu mundo tão singular, é teu o único lugar ao qual constituí...
Para a única pessoa capaz de me enxergar e meus sentidos ensandecer...
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