"Dorme agora, menina...
Nos braços da desesperança...
Conforme-se com sua sina,
Registre lembrança por lembrança...
Dorme agora, menina...
O sono profundo dos esquecidos:
A ausência de lembrança torna qualquer um invisível.
Dorme, porque só em sonhos alcanças as quimeras:
São desejos tolos, utopias, tão vãs nunca realizadas por eras...
Se dormes o mundo é fantasticamente belo e encantador...
Não acordes: a realidade é pesadelo banhado em dor!
Se dormes, sonhas com mundos e seres nunca vistos...
Também com gestos, olhares, amores e suspiros!
Se em lugar das folhas de outono
A neblina densa cobre os galhos secos
A estrada torna-se sombria...
O desconhecido é sempre sombrio:
Nunca saberemos exatamente o que haverá no próximo passo.
Segue assim mesmo sua sina e sua trilha...
Não olhes para trás: reviver o que já passou
É ser eco... Repetição... Do que é e não pode ser mudado.
Vai mesmo ao som do pio da coruja...
Vai, e não espera: nada volta... Ninguém vai voltar!
Dorme agora, menina...
O sono que te envolve e te leva ao doce refúgio...
Dorme e sonha, pois, só em sonho...
A voz é doce... Tudo é sincero... E é doce a sintonia...
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