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segunda-feira, 22 de abril de 2024

Sou estranha: me aceito, mas, me esforço em ser melhor

 “Eu me importo comigo mesma. E quanto mais solitária, sem amigos e sem sustento, mais eu me respeito”. 

Charlotte Brontë, poetisa e escritora.


Eu feita por amigo autista


Meu corpo não é resultado do passar dos anos ou da falta de cuidado: é resultado de ataques, omissões, agressões, violência... Como não sei esconder nada, mesmo a dita violência verbal ou psicológica, irá transparecer no meu exterior. Isso acontece com alguém que não reage, não se vinga e não guarda rancor... Pessoas assim costumam ser 'vítimas' do pior que o ser humano precisa exteriorizar de ruim. Tornam-se alvos pra todo impulso instintivo... A dor do ato agressivo, irá se manifestar de algum forma: seja em uma ferida aberta, seja na ferida metafórica, seja como gatilho, seja no empalidecimento, seja no semblante abatido e no pior dos casos, na depressão que estava quieta...

Ser agredida de qualquer forma ou em qualquer nível, não me afeta mais há anos: de tanto apanhar, acostuma-se, mas, quem apanha não consegue esquecer, quem bate sim... Não espero nada de ninguém, mas, por toda a Vida, o que veio da grande maioria das pessoas foi o que era ruim e mal. Por que eu iria me surpreender ou me afetar? Este é um padrão da predisposição do comportamento da espécie humana. Raríssimas as pessoas que possuem uma fonte de virtudes constante...

Por muito tempo acreditei que minha Vida era um castigo ou que existia algum tipo de maldição hereditária: não parece mas, alcancei a maturidade precocemente e ela me esclareceu. A Vida é uma dádiva e às vezes, penso não merecê-la, mas, se não merecesse, não estaria ainda aqui.

Meus cinco primeiros anos de Vida foram toda uma Vida que eu gostaria de ter vivido. Ao chegar nos seis anos, tudo o que conheci é o pior do ser humano e da sociedade humana. Portanto, não espero nada de bom de ninguém, e quando raras vezes vem, é mais que uma surpresa: é dádiva, milagre, benção!

Toda vez que aquele do meu passado me machucava interiormente - e ele tem o dom de fazer isso com eficiência - ao terminar, me dizia: "Sou assim, nasci assim, então é isso!". Que triste pessoas que reconhecem como são mas, estão empacadas no processo de evolução e crescimento...Ele era simplesmente um conformado, eu não!

Agradeço por me empurrar para meu isolamento em minha Bolha. Eu já sinto as dores do mundo, mesmo trancada por dias dentro de casa... Não preciso de mais das feridas que vez ou outra se abrem. E quem eu sou, eu mereço, sim: eu me mereço!

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