Destaque para outras Almas Nuas

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Sumindo...


Imagem: O Invisível, Liu Bolin

Às vezes, sumimos mesmo...
Apenas sumimos mas, não desaparecemos
Embora nos fazemos sim de invisíveis...
(só às vezes)...
É bom ver o mundo como se não estivéssemos nele...
Em que poderíamos ser melhor...
Para quem ser...
Para que ser...

Sumimos, mas não estamos fugindo de nada,
Nem é uma 'retirada' estratégica...
Apenas damos 'um tempo',
Fico 'na minha',
Você fica 'na sua',
Eles ficam 'na deles'...
E isso faz bem...

Nos recolhemos para dentro de nós...
Vasculhamos nossa intimidade,
Nossos cacarecos internos,
Fazemos uma autolimpeza,
Reciclamos o que dá para aproveitar...
Nos transformamos em ostras
Para meditar,
Para se avaliar,
Para se enxergar...
É preciso às vezes...
E isso faz bem...

Quando o que sobra é tanta coisa boa,
É tanto do melhor,
Tantas pérolas formamos...

Sumimos, sim....
Nos transformamos em ilhas,
No meio do nada
Ou no meio de águas turbulentas...
Precisamos ficar sozinhos...
Inalcansáveis...
Quanto esforço alguém pode dispensar
Para que a mão alcance?
Quanto despreso e indiferença
Podemos merecer?
Sozinhos é que sabemos quem é importante
Para deixarmos de estar só....

Só é possível que a Ilha seja da Colheita
Se a ilha também for da Plantação...
Focados na Ilha que somos
Quanto podemos semear e colher?

Sumimos...
O silêncio e a solidão do deserto
Nos é tão familiar...
E quão necessários vez ou outra é....

Sumimos de tudo...
Damos 'um tempo',
Recolhemo-nos,
Isolamo-nos...
Escolhemos sempre
O caminho mais íngrime
E subimos ao pico da mais alta montanha...

É lá em cima, naquela solidão toda,
É que vemos que a única vida que realmente existe somos nós...
Nada ali cresce...
Mas, subimos até lá para contemplar
Que em volta...
Ao pé da montanha,
Tudo nasce...
Toda a beleza do Vale só pode ser vista,
No cume da montanha,
Onde nada há!

Sumimos,
Para concluirmos que sempre é preciso 'reaparecer'...
Pois, que mesmo ausentes
Estamos tão presentes...
E nosso lugar vazio diz
O quanto essenciais somos!


São Paulo, 30 de Agosto de 2010.







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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

FRASES


"Eu sou meu próprio rato branco, minha própria cobaia neste laboratório chamado Vida. Eu não preciso usar ninguém para me certificar de nada! "

"Na ceia de Natal começa minha resmungação à mesa quando vejo o cadáver bem no centro entre tantas coisas gostosas, e pergunto se estão todos prontos para o início do velório: o corpo morto do peru todo enfeitado no meio da mesa parece o velório do animal: tem até vela..."

"A audição do animal é muito mais aguçada que a nossa, e pode ouvir a quilômetros de distância o que nem nós conseguimos. Eles ouvem a agonia da morte de seus irmãos. Eles podem sentir com intensidade, mas não pré-julgam o que sentem e enxergam: animais não pensam."

"Não sou contra quem come carne, mas o modo como os animais são abatidos para ir pra sua mesa. Os animais são mais sensíveis que nós: eles sabem quando o perigo e a morte se aproximam. O modo como os animais são abatidos é cruel. "

"Não condeno quem come carne, eu compreendo. Só não compreendo porque tanta gente a minha volta insiste em me dizer que devo comê-la."

"Como você diz que não como carne 'apenas por amor aos animais'? Eu apenas amo você? Eu comeria você por apenas ser esse montão de carne gostosa? Você acha pouco esse motivo? Amar?"

"Se eu comer soja o dia inteiro, além de beneficiar meu organismo conseguirei alcançar a tal porcentagem determinada por um doutor e terei proteína necessária, apesar de que, se eu sou um animal, já tenho proteína suficiente."

"Por que não escolheu outro animal para domesticá-lo em vez de um cão? - dito isto após observar que alguns homens parecem ter aprendido seu comportamento com animais."





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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Filha da Libélula




Se hoje voo livre
Eu devo a ti minhas asas
Oh pequena libélula, não me prive
De vê- la voar sobre as águas rasas!

Tão pouco tempo tem de vida...
Só vives para teu voar...
Pequena libélula querida!
Não ouse me abandonar!

Não voe pequena libélula!
Seu voo pra longe vai levar!

São quinze as tuas fases...
Apenas por quatro ultrapassou...
Em teus voos ainda nem sabes,
O quanto de ti em mim deixou!

Se hoje voo a liberdade
Se ganho o firmamento...
Foi sua grande bondade
Que me foi ensinamento!

O voo é a libertação!
Mas não me coloque no esquecimento!

Por isso, pequena libélula...
Não voe pra longe assim!
Minha alma é assim tão bela,
Porque voaste pra mim!

O bater de tuas asas a voar
Foram as páginas onde aprendi...
A nunca desistir e sonhar
Hoje tenho asas graças a ti!

Bata suas asas e voe grande!
Mas não voe pra longe de mim!

Libélula não me deixe sozinha
Ainda preciso vê- la voar!
A luz do firmamento atrai, pequena minha...
Mas se voar pra longe
Como vou me guiar?

Shimada Coelho

Recanto das Letras
Alma Nua, São Paulo, 13 de Setembro de 2008

- Para Alice, minha mãe.

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O Sonho de Thalita (poema)



Coração...
Tenho um sonho lindo
Que desejo continuar sonhando...
Meu sonho é doce canção,
É dádiva, presente infindo...
Então, reaja coração!


Sem ti meu sorriso se apaga...
Sem ti não sou capaz de despertar alegria...
Contigo a vida era graça,
Contigo a vida me sorria!

Caminhava numa estrada
Colorida feito arco-íris no chão...
Meus passos seguiam no mesmo ritmo,
De meu alegre coração!

Te privei de que?
Para estar tristonho assim?
Por que não mais descompassa,
Gostoso dentro de mim?

Para ti darei meus melhores amigos...
Darei meus melhores motivos pra rir...
Te pouparei de certos perigos,
Não deixarei ninguém te ferir!

Então, reaja coração!
Tenho um sonho lindo
Que desejo continuar sonhando...
Meu sonho é benção,
É presente infindo...
Meu sonho é continuar bem vivendo,
Com você em mim batendo!


São Paulo, 26 de Agosto de 2010.
Para Thalita


- Thalita se recupera de uma cirurgia do coração e está internada. Este poema é um pedido de seu pai que tanto a ama!

"CELSO & FAMILIA:
oi minha linda poetisa!!!sou seu admirador e fã de seus lindos poemas,sabe,tenho uma filha Thalita que se encontra internada a um mes por conta de uma cirurgia do coração,ela sempre foi muito alegre,divertida,cheias de sonhos e mtos amigos.Hoje vejo ela ali triste,com dores,reclamando a internação,isto me abala mto.então gostaria de dar a ela algum poema seu que a reanime,ela adora poemas e poesias.mil bjoos te addolo mto"

Conto de Fadas às Avessas




- Mamãe, me conta uma história pra eu dormir?

Ajeitando o cobertor felpudinho, cobrindo até o pescoço roliço, dando um beijo na testa e deitando ao lado:
- Voooocêêê... Estááá pronto?

Um sorriso se escancara mostrando janelinhas e porteiras:
- Tooooo!

Virando-me de lado e o encarando, mantendo uma das mãos livres para encenação:
- Apertem os cintos senhores passageiros...E lá vai nóis! Era uma vez, né?

Uma gargalhada ecoa dando vontade de morder:
- Calma! Economiza a risada, nem comecei!- rindo.

"Era uma vez, né? Em uma linda cidadezinha do interiorrr bem, bem lonjão havia uma menininha branca como a neve que usava um liiindo capuz vermelho e tênis All Star. Ela bem que queria sair com os sapatinhos de cristal, mas a mãe da menina disse que só em dia de missa..."

Meu filho me olha como quem diz: "- Hein? "

"Ela estava perturbando a vida tranqüila da borboleta que voava de flor em flor, quando sua mãe berrou:
- Fofaaa! Criaturaaa!Minha riquezaaa! Coming, please!"

Sorrindo: '- O que isso mamãe?'

Gesticulando com o braço estendido que vem de encontro ao pequeno narizinho: - 'É: Veeeeeeeeeeeenhaaaa!'

-Viu? O senhor vossa excelência me permite continuar?
O sorriso é uma resposta positiva.

- Continuemos... " Coloque o capuz vermelho porque vai esfriar, pegue o guarda-chuva porque vai chover, pegue aquela cesta maior que você em cima da mesa e, vá até a casa de sua avó levar o lanchinho da tarde pra ela... (Mãe gosta de mandar, né?)

- Helooo, mamãe! Como vou levar tuuudo isso até lá? -falava mascando chiclé- E a senhora sabe muito bem que a vovó esconde comida pra todo lado, onde vai o regime dela desse jeito? Não podemos reduzir essa cesta não?

A mãe olhando para cesta e para a menina bocuda retirou apenas algumas guloseimas que dariam apenas para um lanche (não para uma janta), colocou numa cestinha menor e entregou a filha:
- Não esqueça de olhar para os dois lados antes de atravessar a estrada, o Coelho Maluco pode te atropelar de novo... E nada de pegar atalhos!"

- E foi-se embora estrada à fora a baixinha do capuz vermelho... Já dormiu?

Rindo: - Não, conta o resto...

- Tá! "E lá ia a baixinha cantando "I will survive, I will survive...", pegando uma flor aqui, outra lá, quando o caminho se abriu em dois: um era a estrada mais longa, e outra um atalho... Lembrando que atalho são os caminhos que fazem a gente chegar mais rápido! Ela pensou: '- Minha mãe não tá vendo mesmo...'- e seguiu pelo atalho.

Nisso as nuvens ficaram negras - engrossando a voz - se embolavam e o tempo fechou - arregalando os olhos - e a baixinha pensou:- Ufa! Ainda bem que peguei o atalho, vai cair um mó toró!"

- Já dormiu?

- Não, e ai?- rindo.

- Ai né, Ela ia pelo atalho, vez ou outra metia a mão dentro da cesta e fazia uma boquinha, sacumé...

A pequena boquinha rosada de abre numa gargalhada.

- De repentimente, ela encontra com uma Ovelha fofa no meio do caminho que pergunta: '- Mééé, menina bonita, poderia me dizer onde é a estrada dos Carvalhos?

- A menina mede a Ovelha da cabeça aos pés, dos pés a cabeça: '- Olha, to com pressa e minha mãe me disse pra não falar com estranhos.' - e seguiu resmungando enquanto a Ovelha ficou sem compreender: '- Ham, tá pensando que sou boba? Sou muito da esperta! Tenho certeza que era um Lobo disfarçado de Ovelha!'

- Hahahahahahahahahahahaha! Mais! Mais!

- Genteeee, você não dorme menino? Não quer ouvir uma canção japonesa?

- Não, quero historinha!

- Tá bom... Onde eu estava...Ah, sim... "E foi indo ela quando viu ao longe um Lobo tropeçando desengonçado numa pedra e caindo de joelhos. A menina esperta de capuz vermelho correu pra ajudar:

- A dona Ovelha, a senhora se machucou? Bebeu demais, né? -O Lobo olhou assustado para menina e ofendido já abria a boca para responder quando a menina o interrompeu:

- Deve ser difícil pra senhora nessa idade usar esses disfarces de Lobo... Mas o mundo anda tão perigoso, né? Agora mesmo passei por um Lobo disfarçado de Ovelha... Olha que mundo nós estamos...

- O Lobo já ia se irritar quando sentiu aquele cheirinho bom que vinha da cesta..." Já dormiu?

- Hum, hum...

- Presta atenção como as pessoas do mal fazem de conta que são do bem, oh...

- O lobo entrou no jogo da menina: '- Você vê criança, como é a vida...Obrigada pela ajuda viu? Mas o que uma pequena criança tão linda faz caminhando por esses lados uma hora dessas?

- Eu vou levar o lanchinho da tarde pra minha avó.

- Ah, mas é muito perigoso, está longe?

- Nada, logo depois daquela curva ali... (obs: ali de mineiro)

- Então, dona... Tenho que ir logo, a senhora tá bem né?

- Sim, sim, obrigada...- e o Lobo ficava olhando a menina se distanciando, para então segui-la... Ai que medo né?

- Hahahahahaha, não...

- Deve ter caído uma lagartixa no seu prato na hora da janta, que tanto ri?... Ai né?
Chegando lá... Capuz vermelho ficou assustada com o que viu: haviam mais 3 casas vizinhas a casa de sua avó! E pensou: '- Que horror! A civilização já tá chegando aqui... Daqui a pouco a floresta tá toda invadida!'

Chegou na porta da casa da avó e bateu. Uma pessoa que ela nunca viu antes atendeu: - Pois não...

- Cadê minha vó? O que você tá fazendo na casa dela?

- Dona Filomena? É sua avó? Ela se mudou ali para aquela casa do lado... A de alvenaria... E resolveu alugar esta aqui...Vá lá, ela está em casa...- e bateu a porta.

- Gente! Não to entendendo...Porque o mundo me parece tão louco? Minha avó alugou a casa?

- Hahahahahahaahaha! Mamãe, quando a Chapeuzinho descobrir que você mudou os contos de fada...

- Ah, você não vai contar pra ela né? Olha que não conto o resto...

- Não conto não, hahahahahahaha!

- Então tá! E foi a baixinha na casa de alvenaria... Alvenaria é que nem a nossa, tá?
Só que aquela era toda moderna chic e ostentosa...Não bateu palma porque tinha interfone, que a menina apertou morrendo de medo daquilo morder...

- Quem é?

- Vó? Sou eu, vim te trazer seu lanchinho da tarde...

Abriu-se a porta de madeira toda talhada, e surgiu uma velhinha de calça de couro e regata preta:

- E aeeee, princesinha da vó? Tudo a pampa?

- Aaaahahahahahahahaha!

- E tipo... A Capuzinho ficou imóvel, deixou a cesta cair junto com o queixo e arregalou os olhos assim - ( fazendo a cara de Chapeuzinho).

Nisso meu filho mais velho entra e pergunta:
- O que esse menino ri tanto?

- To contando histórinha...

- Ah, quero ouvir também...

- Você já não esta´grande demais pra isso?

- É aquela que você mistura todas as histórias?

- É...

- Então não to, conta!

- Mamãe, porque você mistura as histórias?- pergunta o pequeno.

- Pra quando acabar uma, ninguém me perdir pra contar outra.




==>>Não continua! A história rendeu muita mais, mas é looongaaa...O que importa é o resultado: de tanto rir, até que enfim ele cansou e dormiu!


São Paulo, 16 de Dezembro de 2008.

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As Palavras não Falam


Imagem: by Shimada


A voz que abraça sem sorriso
Desperta a mais louca paixão...
Capota meu coração
Flor entreaberta em riso...

Ofegante e enlouquecida
Limita-se apenas em gemer...
As palavras não podem dizer
Porque sussurra ensandecida...

Em verbo a mão que toca
Passeando pelo corpo...
Trêmulo fica louco
Ela por ele invoca...

Palavras são limitadas
Não atendem as necessidades!
Não alcançam as profundidades!
Das almas apaixonadas...

Palavras não conseguem traduzir
O que as mãos desejam tocar...
O que os lábios precisam beijar...
O que o corpo consegue sentir...

As palavras apenas podem
Suplicar que esteja mais perto,
Implorando água para este deserto,
Onde desejo e paixão se escondem

As palavras não podem explicar
Meus olhos brilhando a cada gemido seu,
Querendo devorar o corpo teu,
Lateja meu corpo a contorcionar...

Palavras não podem tocar por mim...
Nem demonstrar meu sentimento...
Somente se mergulhar aqui dentro...
Nessa louca paixão sem fim!



São Paulo, 22 de Novembro de 2008


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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Despertando para Sonhar : De Baixo para Cima

[Nota: 19/08/10 - Esta é dos tempos de insônia, rs]




Sei lá o que me será amanhã, ora, pois...
Se eu pensar sinto um pavor...
Quando pegava no sono um susto:
O suor molhava meu busto...
Dei-me conta com horror:
"E se não houver o depois?"

Não perdia o chão, pois estava deitada...
Perdi a cama e no ar flutuava...
O sono foi-se embora pra longe,
Sentei, refleti feito monge...
Pois meu corpo contra o leito lutava...
Levantei e fiquei acordada...

Deitei eram quatro e trinta...
Levantei-me eram seis horas...
Até agora não durmo, a mente não pára...
Dormir tornou-se ocorrência rara...
"Oh! Alma por que imploras?"
"Oh! Mente porque tilinta?"

Nem quero saber do amanhã, que seja...
Seja aquilo que vier... E der... E quiser...
Já me basta o hoje com tantas histórias...
Já me bastam tantas memórias...
Passos futuros: os atos que hoje fizer...
Já me basta a labuta da constante peleja...

Ora, que ontem? Que passado?
Se foi...Tão longe...Como meu sono...
Passou...Foi-se...Não volta mais...
Qual barco deixando o cais...
Qual rei que abandona o trono,
Tal qual ocupa-lhe o filho bastardo...

Talvez o amanhã não venha, de certo...
Na verdade ainda não existe...
O que vem ainda há de ser...
O que há de ser não se pode ver...
Se alegre, se doloroso ou se triste...
Sei lá se paraíso, oásis ou deserto...

Eu sei que agora estou aqui...
Sem dormir, então é certo que estou viva...
E existo, pois penso...Penso... E penso...
E sinto propenso...Sem senso... Intenso...
Mas o sono da realidade me priva...
E desperta a mão escreve...E a boca sorri!

O fim é o começo...
Começo do fim...
De cima pra baixo...
De baixo para cima...
Tanto faz...

-=:|:=--=:|:=--=:|:=--=:|:=--=:|:=--=:|:=--=:|:=--=:|:=--=:|:=-

Tanto faz...
De baixo para cima...
De cima pra baixo...
Começo do fim...
O fim é o começo...

E desperta a mão escreve...E a boca sorri!
Mas o sono da realidade me priva...
E sinto propenso...Sem senso... Intenso...
E existo, pois penso...Penso... E penso...
Sem dormir, então é certo que estou viva...
Eu sei que agora estou aqui...

Sei lá se paraíso, oásis ou deserto...
Se alegre, se doloroso ou se triste...
O que há de ser não se pode ver...
O que vem ainda há de ser...
Na verdade ainda não existe...
Talvez o amanhã não venha, de certo...

Tal qual ocupa-lhe o filho bastardo...
Qual rei que abandona o trono,
Qual barco deixando o cais...
Passou...Foi-se...Não volta mais...
Se foi...Tão longe...Como meu sono...
Ora, que ontem? Que passado?

Já me basta a labuta da constante peleja...
Passos futuros: os atos que hoje fizer...
Já me bastam tantas memórias...
Já me basta o hoje com tantas histórias...
Seja aquilo que vier... E der... E quiser...
Nem quero saber do amanhã, que seja...

"Oh! Mente porque tilinta?"
"Oh! Alma por que imploras?"
Dormir tornou-se ocorrência rara...
Até agora não durmo, a mente não pára...
Levantei-me eram seis horas...
Deitei eram quatro e trinta...

Levantei e fiquei acordada...
Pois meu corpo contra o leito lutava...
Sentei, refleti feito monge...
O sono foi-se embora pra longe,
Perdi a cama e no ar flutuava...
Não perdia o chão, pois estava deitada...

"E se não houver o depois?"
Dei-me conta com horror:
O suor molhava meu busto...
Quando pegava no sono um susto:
Se eu pensar sinto um pavor...
Sei lá o que me será amanhã, ora, pois...




"A ordem dos fatores não alteram seu valor"



São Paulo, 04 de Fevereiro de 2009. 03:47


Nota: São 13:07, acabei de acordar! Assim que terminei de escrever o poema o sono voltou violento, dormi até agora,rs.

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Distante dos Olhos




Perdoe-me
se pareço indiferente...
Mantenho-me distante
sim!
Com isso posso parecer
fria,
insensível...
Só parece...
Minha sensibilidade é prisioneira
tornando-a também distante,pois,
estando presa,
enxerga apenas o que passa diante da janela...

Perdoe-me
se não retribuo
na mesma dose generosa
suas virtudes espontâneas...
A retribuição exige-me
proximidade,
tato,
envolvimento...
E preciso mesmo manter-me distante...

Perdoe-me
se parece ocasional
e tão momentâneo
meus atos de afeto...
(novamente só parece...)
É que me dou tanto!
Doses cavalares
que podem sufocar!

Portanto, perdoe-me
por favor!
Se mantenho-me tão longe,
tão fria,
aparentemente
tão indiferente...
É que me acostumei a não depender
nem das virtudes alheias,
nem dos defeitos
para me enxergar...
Para me encontrar...

Então, deixe-me aqui...
Deixe-me parecer
que não estou aqui -
pois não estou-
porque um dia eu realmente
não estarei...
Minha presença apega... Não dói!
Mas, com apego
na ausência
vai doer!

Deixe-me
e perdoe-me a distância...
Se perto, estou estacionada...
Se longe, ora sigo caminhando...
De todo modo as pessoas passam!
De todo modo vão passando,
distanciando-se,
tornando-se um ponto irreconhecível,
lá distante na paisagem...

Aprendi a ser só e gosto da solidão...
Sei quem me falta quandoe stou sozinha...

Perdoe-me, então
se mantenho-me
distante...
É que estando longe,
o valor das pessoas,
posso enxergar melhor!



Shimada Coelho,
19 de Agosto de 2010 em São Paulo.



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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Quadra Despreocupada


OH!Deus estou tão deprimida
Vivendo assim sob pressão
Irei me afogar na pia entupida
Da minha enorme preocupação

by Shimada Coelho

MULHER NA PRESIDÊNCIA DO BRASIL?




Ás vezes, creio que muitos dos problemas criados por humanos existem por haver essa visão que classifica tudo. Eu sempre questiono é como um presidente pode realmente fazer algo por um país sendo um ser humano.Independente de ser homem ou mulher...

Independente de ser de uma ou outra crença religiosa... Independente de seguir essa ou aquela filosofia de vida... independente da cultura ou da raça... Todos são seres humanos e portanto sujeitos as mesmas coisas independente de como vive.

Não é o cargo pretendido, não é o título, não é o nome... É a questão: "Esse que vai ali é realmente um ser humano ou um descendente do Homem das Cavernas?"

Um ser humano de verdade, independente do lugar que esteja, verá no próximo a si mesmo como espelho e por ele fará tudo o que gostaria que fizessem para si. Um Homem das Cavernas veria no outro escravos, serviçais e minas extrativistas.

O mundo está tão mudado... Muita mulher está tão homem... Muito homem está tão mulher... Grande parte da população mundial está sofrendo de uma pandêmia terrível chamada 'falta de identidade'! Prova disso é como se condicionam a tudo que consideram um padrão, quando um ser livre não tem padrão pois não está preso a nada.

Não importa se homem ou mulher... Importa é se ali haverá realmente um ser humano!


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Menção ao texto "Café Salgado"



Qual não foi minha surpresa quando uma amiga enviou um link onde fazia-se menção a um texto que amo muito: Café Salgado. Artigo do Exprèx Caffé, o texto é relacionado ao novo modo de consumir café em Taiwan!

Então, confira que interessante clicando aqui:
http://portal.exprexcaffe.com.br/2009/09/cafe-com-sal-sim-com-sal/#respond

Gente como a Gente! (È Raro!) - For my Friend Anna Karenina




Sabe... Não suporto gente burra, pois todo ser humano foi dotado de inteligência. Mas também não tenho paciência com gente inteligênte demais: são gente chata demais!A segurança deles transforma-se em arrogância.

Gente muito informada então, nem se fala: me mata de tédio e é uma gente que fala demais! Sentem-se no direito de julgar, corrigir, se intrometer em tudo, esnobar, rebaixar... Não são nada humildes talvez porque o execeso de informação não seja suficiente para ensinar virtudes.Acham-se 'os donos da verdade' apenas porque reproduzem feito um eco o que alguém realmente competente falou.

Gosto de gente feito a gente...

Sou semi analfabeta... Só lí um único livro minha vida inteira, tirando o dicionário, a Bíblia e a lista telefônica que eu ficava lendo quando criança, porque não tinha livros pra ler e comecei cedo demais: com seis anos!

Não tenho conhecimento suficiente, nem diplomas, nem letras na frente do meu nome, nem título acadêmico e tenho orgulho disso pois isso foi uma opção.

Ás vezes, considero o que escrevo lixo!Outras vezes, nem acredito que fui eu quem escreveu algo! E no resto de minha vida também é assim: em algumas coisas acerto em outras erro... Algumas coisas ficam bem pior do que eu pretendia, e outras superam minhas expectativas.

Gente como a gente, não colocou a cara nos livros pra saber o que sabe... Carregamos na nossa Alma o conhecimento que atravessa os tempos! Temos registrado no nosso mais íntimo a vivência de muitas vidas de uma longa existência. Sabemos o que precisamos saber... Aprendemos não em livros, mas apreciando a Vida e concluindo o óbvio que muitas vezes os livros tentam explicar.

Gente como a gente tem por Mestre a Vida e aprende tanto que se difere pois não é folha seca ao chão...

Absorver informação não é ter conhecimento. Só a experimentação trás o Conhecimento!


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domingo, 15 de agosto de 2010

Pecados e Pecadores



Zapeando na tv parei em um canal onde vi um grupo de jovens de uma religião discutindo sobre "É pecado ouvir músicas que não são Gospel?" Amo música Gospel! E quem já estudou pelo menos um pouco da parte teórica músical sabe que do Gospel outros estilos evoluíram como nosso bom e velho Rock. Foi a mesma tragetória da Psicologia e outras ciências do pensamento: evoluíram da Filosofia.

Chamavam de seculares as músicas que não são Gospel e discutiam a nocividade que há em ouvi-lás. Não foi o fato de alguns jovens considerarem 'pecado' as tais seculares... É o modo como interpretam pecado e como determinam se algo é ou não do Diabo. Diante disto, precisei me expressar.

Particularmente, considero que a música é a única coisa aqui na Terra que é tão eterna quanto a Alma. Mas, lembremos a distinção entre música e barulho ou uma seqüência de sons ritmicos. Todo mundo que faz ou fez aula de música aprende a primeira lei musical: Música é esteticamente correta ao possuir Harmonia, Ritmo e Melodia. O que sai dessa lei exige análise da Teoria Musical. Quero dizer com isso que há sim muita porcaria disfarçada de música, mas há muita música boa dentro de qualquer estilo. As letras musicais provam isso mesmo a um leigo no assunto. Música é Poesia cantada.

Se boa parte dos estilos sairam do Gospel... Se para uma música é necessário harmonia, ritmo e melodia, se é poesia cantada, o que torna ela pecado ou algo do Diabo? Eu digo: as pessoas que enxergam pecado nelas. Oras, como você reconhece algo em algum lugar? Você pode dizer que conhece algo apenas de olhar, ou no caso, ouvir? Só se conhece realmente algo experimentando! Uma coisa é reconhecer algo ruim, outra é reconhecer algo do mal!

Ai é que está o ponto! Quando a religião se desvinculou da Filosofia, ofereceu as pessoas um modo superficial de interpretar o mundo, não exigindo delas que analisem profundamente as coisas. Assim elas aceitam tudo sem questionar.

Se eu reconheço 'pecado' em algo, é porque possuo esse pecado pois dele experimentei e por isso reconheço. Mas a religião procura alimentar algo estranho em seus devotos quando eles atribuem ao Diabo os erros que eles é quem cometeram.Do mesmo modo, tem muita gente culpando Deus pelas desgraças do mundo, pois é incapaz de admitir que as desgraças do mundo e os 'pecados' são obras das próprias mãos.

A Bíblia diz que 'todos são pecadores', 'todos pecaram'! O que isso quer dizer? Que pecado é presença de mal e que mal é ausência de bem! Somos pecadores porque há algo em nós que nos torna assim, é nossa carne fraca. As vontades da carne prevalecem sobre tudo, dimuindo os desejos da Alma que é sempre boa. O espírito que é contaminado pelo corpo e se a Alma tivesse seus apelos atendidos, o espírito seria reflexo dessa Alma.

Transformaram a palavra 'pecado' em algo digno de condenação a um inferno. Mas, tanto o céu quanto o inferno está dentro de cada um, basta ver no que o indivíduo reflete para o exterior de si. Ensinam que cometer um erro e arrepender-se dele é apenas errar. Continuar errando é pecar. Pra mim, pecado é não possuir consciência dos próprios atos. Pecado é praticar algo que faz doer a própria consciência.Pecado não é uma palavra de significado tão negro e obscuro assim.Pecado é o desejo do corpo dominando uma mente e uma Vida.Pecado são os impulsos impensados. Se ouvir ou não certo tipo de música é pecado, abusar de uma criança é o que?

O único problema das tais músicas seculares é que elas focam nosso estado meditativo e contemplativo para nosso "Eu" através de nossos sentidos físicos que pertencem ao corpo. Músicas espiritualistas elevam a Alma ao que é espiritual. Só isso! E se observarmos tantas de nossas ações, preferências, escolhas, veremos o que está sendo direcionado ao nosso ego e o que é direcionado ao nosso espiritual.E como podemos nos policiar o tempo todo em tudo o que fazemos ao longo de uma vida? De jeito algum! Se pensarmos bem nisso concluiremos que ninguém merece o sonhado céu.Não há como estarmos espiritualmente corretos em tudo.

É preciso que o ser humano pare de atribuir a Deus ou ao Diabo tudo aquilo que não pode dominar em si mesmo ou em seu exterior. O bem e o mal está em todos nós e nós escolhemos manifestá-lo ou não.

Se tivermos uma visão geral da comunidade humana sobre a Terra e julgarmos pela maioria, provavelmente poderemos chegar a triste conclusão de que nós somos apenas um pecado que Deus cometeu e se arrependeu disso.


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sábado, 14 de agosto de 2010

Agendas sem Uso



As agendas que nunca foram usadas
vão amontoando-se diante de mim...
Todos passam por elas
e enxergam apenas agendas sem uso...
Ninguém as lê, pois, pensam: são diários.

Cada vez que resolvo escrever, pego uma ou outra...
Depende o que escreverei...
Algumas anotações não possuem data...
Eu nunca sei em que dia estou...
Então, não são diários...
Pois escrevo sem ordem cronológica...
Registros apenas...
Não ocorrências do meu dia...
Apenas meus pensamentos e sentimentos...
O que as motivou, ninguém nunca saberá...
Talvez...

Então, as agendas sem uso
não são diários...
Embora cada dia de minha vida
sempre seja para mim
um poema novo,
que nunca se repete,
intenso e repleto...

As agendas sem uso
não são diários...
Meus pensamentos,
as sensações do dia,
minhas emoções sim,
são diárias!

São Paulo, 08 de Julho de 2010.




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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Tentando uma Canção de Amor



Autorizado o uso da imagem

*
Tentei fazer a letra de uma música
Que falasse da nossa história de amor,
Mas por mais que eu grite,
Minha voz é presa pela acústica,
Nas paredes rústicas,
De um coração em dor...
*
Passou tanto tempo
E a dor não dói mais...
Será que conheci o amor?
Ou foi você que nunca me amou?
Esse papo de que amor
São mesmo as atitudes,
Que quem ama não precisa falar,
Já não dá mais...
Já não 'cola' mais...
Em qual de seus exatamente,
Exaustamente,
Devo perceber você me amar?
*
Você diz que seu amor é grande,
Tão profundo...
Mas é feito prato raso,
Já vazio...
O fato
É que todo esse seu amor
Mau dá para seu mundo...
Mau dá pra você mesmo...
*
Ame-se antes de dizer me amar,
Só assim viveremos uma canção de amor...




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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Realidades Paralelas



Fui dar uma volta...
Viajei...
Lá pras bandas da Realidade...

Um pesadelo...
Tenebroso...
Daqueles que parece
Que nunca vamos acordar...

Mundo louco esse...
Confuso...
Torre de Babel...
Incompreensível...

Dividiram a Morte...
Ela foi esquartejada...
Agora,
Ou é assassinato,
Ou acidente,
Ou fatalidade,
Ou ainda descanso...
Mas tudo é apenas desculpa
Para a Dama de Negro...
É tudo morrer!

Conhecimento agora é informação...
Um olhar superficial,
Mente aberta,
Receptiva,
Não é preciso pensar,
Raciocinar,
Nem experimentar...
Quem tem informação tem tudo,
E nem precisa ser nada...

Educação é alfabetização...
Quem vai para a escola,
Quem coleciona diplomas,
E letras à frente do nome,
É educado...
Pessoas educadas não é fácil encarar...
O nome não é importante, Nem tão pouco o que se é...
Importa o título,
O rótulo,
Ao que foi condicionado a fazer,
Repetidamente...

Sinceridade agora é grosseria...
Arrogância se possível...
É falar o que se pensa,
Sem 'papas na língua',
Sem limites,
Sem respeito,
É a tal Liberdade de Expressão,
Pra qualquer expressão,
Por qualquer interpretação...

Apesar disso,
Nada de falar a verdade...
De preferência somente mentiras...
Hipocresias...
Verdade dói...
Rasga os véus...
Então, sejamos falsos, por favor!
Pois é preciso tratar
Como se é tratado...
Não há espaço para a verdade,
Verdade alguma...
No universo interior de cada um,
Cada um é rei e juiz!

O violento acredita que é corajoso...
O egoísta que é individualista...
Quem se anula crê ser altruísta,
O vulgar ficou sexy...
O estúpido agora é seguro...
O vaidoso tem auto-estima...
Importante é ter e não ser...
Quem tem... É!

Viajei!
Na realidade tenebrosa!
De um pesadelo que me fez crer,
Que eu estava acordada!
Credo!
Quisera dormir novamente!
Se é sonho o mundo paralelo
Que é virtual,
Ilusório,
Fantasioso,
Interior,
Astral,
Vou sonhar...
Talvez sonhando esteja de fato
Acordada!

Qualquer realidade é bem confusa...
Pois enquanto sonhava,
Morria...
Aos poucos...
Pois a Vida passava...
Depressa...
E eu ficava mais Vazia!


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Linha Tênue




Apenas uma palavra
E mudamos todo sentido de uma frase...
*
Apenas um tom de voz alterado
E tudo que se pretendia dizer é incompreendido...
*
Apenas um olhar
E muito pode ser dito...
*
Apenas um beijo
E duas bocas se calam...
*
Apenas um gesto
E todos os sentidos despertam...
*
Apenas um trauma
E o passado torna-se presente...
*
Apenas uma esperança
E o futuro é possível...
*
Vale à pena continuar!
*
Apenas uma carta do baralho
E um jogo é vencido...
*
Apenas um minuto
E um pensamento pode ser esquecido...
*
Apenas um segundo
E um rosto é reconhecido...
*
Apenas um mês
Não faz uma estação...
*
Apenas uma vida
Não é suficiente para viver de tudo...
*
Apenas um suspiro
E sentiremos alívio...
*
Há tantas razões para continuar!
*
Apenas uma canção
E o coração se acalma...
*
Apenas uma lembrança
Desperta saudades...
*
Apenas uma pergunta
E muitas respostas virão...
*
Apenas um problema
Mas são muitas as soluções...
*
Apenas um vírus
E o corpo todo adoece...
*
Apenas uma tristeza
E o espírito todo fenece...
*
Apenas... Parece pouco...
Apenas uma ação
Desencadeia uma reação...
*
Apenas uma única atitude
Pode mudar uma vida inteira!

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Do subúrbio para uma competição na França


Educação
São Paulo:



Dez alunos de uma escola pública do subúrbio de São Paulo representaram o Brasil em competição de vôlei na França.



Por Rita Shimada Coelho*
De
São Paulo-SP
Para Via Fanzine



Alunos da escola Euclides de Cunha e a professora Dita, que os acompanhou na França.

De um lado, uma mãe em prantos e o coração dividido. Do outro, um filho emocionado, que puxa a camiseta desbotada tentando, em vão, secar as lágrimas que parecem saltar dos olhos. A mãe está insegura quanto a permitir a partida do filho que deseja voar.

Não, este não é mais um caso de uma mãe desesperada em uma delegacia, nem de um adolescente que ingressa precocemente no crime. Embora este fato esteja ocorrendo num bairro já considerado um dos mais perigosos do mundo, é um acontecimento único de superação, perseverança e muita esperança.

No domingo, 04/07/2010, as 12h30, dez alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Euclides da Cunha, localizada no bairro de Capão Redondo (zona sul de São Paulo), voaram rumo à França para tentar mais uma vitória no campeonato de vôlei entre escolas em Paris.

Depois de vencerem o campeonato regional que os tornaram campeões da zona sul, competiram no estádio do Pacaembu com outros vencedores, inclusive, de escolas particulares, e conseguiram uma vitória inédita para uma escola pública arrebatando também o título de campeões da cidade.

Sem ainda acreditar que em menos de um mês conseguiram ir tão longe, os adolescentes entre 12 e 14 anos vibraram com a notícia de que vestirão o uniforme oficial da seleção brasileira.



Despreocupados com a possibilidade de derrota, ouviram atentos a diretora da escola, dona Miriam, que os lembraram da importância de representar nosso país no exterior, da responsabilidade em ser exemplos para os demais alunos que agora se interessam pelo esporte e da certeza que esta oportunidade já é, por si, um prêmio que fará muita diferença em suas vidas.

Diante da vidraça da diretoria onde estão expostos os dois gigantescos troféus conquistados, os pequenos heróis da escola não esconderam a ansiedade e a alegria, nem seus pais esconderam tanto orgulho.

Eles obtiveram um excelente resultado na competição: um quinto lugar entre todos os times escolares do mundo. Foi uma proeza levando-se em conta a primeira vez deles e o fato de que mesmo considerados altos aqui pra nós, lá eram tratados como 'baixinhos'.

O primeiro lugar ficou com a Bélgica, o segundo para Portugal, o terceiro para a França A e o quarto para a França B (eles tinham dois times participando) e o quinto ficou com o Brasil que representou todos os escolares brasileiros.

A competição durou uma semana e os alunos retornaram repletos de felicidade.

Eles estiveram acompanhados pela professora de Física, Expedita, chamada carinhosamente pelos alunos de Dita. Também acompanharam os alunos, um representante da FEDESP e da Secretaria de Educação de São Paulo.

Eles sabem do quão privilegiados são. Sabem que naquele bairro onde nasceram e crescem, muitos outros adolescentes, tão capazes quanto eles, enveredam pelos caminhos do crime, sem rumo e sem perspectiva de vida por falta de oportunidade e orientação. Abraçaram-se e comemoraram como que agarrando a chance que fará do futuro deles, bem diferente e bem melhor.


* Rita Shimada Coelho é articulista e correspondente de Via Fanzine em São Paulo.
Seu blog é http://projetoadao.blogspot.com/



- Foto: divulgação.

Amor a minha Realidade Insana com seus Múltiplos Devaneios - For Silvia



Ilha Shimada, Japão. Cartão Postal com reprodução de quadro antigo.



Se há uma pedra no meio do caminho, que pedra afinal será? Se chutarmos, descobriremos. Se a pedra for parte da realidade, fará doer o pé. Se for produto da realidade interior,pode chutar que nunca sairá delá com um chute... O interessante nisso é que tanto uma quanto a outra não estão lá por acaso.

Certa vez, um médico amigo meu discutia comigo sobre Psicopatias e outras 'loucuras'... A questão sanidade e loucura é tão complexa... Depende tanto de interpretação e quão enganosos somos quando interpretamos algo... Mesmo que inconscientemente, nossas interpretações partem do princípio do "Eu" e como queremos ou não ser vistos... Conclui isso em experimentações...

Um profissional da saúde mental especifica sua interpretação baseando-se nas informações que recebeu na universidade que o formou. Muitos limitam-se a isso. Muitos tem os mesmos problemas que os 'reles mortais'.

Não creio em loucura quando falamos em emoção ou psicológico. Se não há uma lesão física cerebral que desencadeie uma disfunção, não creio em loucura alguma.

Emoções e sentimentos são avalanches... Não há uma 'cordinha' para dominar nossas feras e impô-las limites. Nossa necessidade de exteriorizar às vezes é tanta, que pra que segurá-la?

Pra muita gente, loucura é aquilo que não se pode compreender e controlar no outro.
Consideramos louco aquele que ultrapassa os limites que não somos capazes de ultrapassar ou aquele que espontâneamente se permite.Nosso pré julgamento tem muita parcela nisso.

Por muitas vezes, visitei manicônios e presídios... Gosto de observar o comportamento das pessoas. Essa coisa diversa numa mesma espécie me fascina! Não há muita diferença em muitos que estão lá dentro pra muitos que estão aqui fora...

O louco é alguém realmente livre ou realmente prisioneiro e não está num meio termo. Ele se cansa da crueldade realista e se refugia no próprio mundo! Ele se apega a sua fuga mais prazerosa e nela mergulha.

Independente do tipo de 'loucura' determinada, os males,as dores, os motivos, as causas, são as mesmas em todos nós. O que nos difere é o modo como exteriorizamos tudo isso. É como lidamos com tudo, é como nos vemos, nos aceitamos e adaptamos o que somos a essa loucura toda realista.

Real é aquilo que acreditamos... Podemos enxergar ou sentir algo em que não cremos? Real é aquilo que melhor se adapta a nós... Real é nosso eixo de equilíbrio, não de padronização...Real é o que consideramos particularmente nossa verdade... Legal isso tudo, pois podemos e devemos... Foi por isso que criaram leis para o coletivo, os indivíduos são assim mesmo essa maravilha diversificada...

O significado do nome que tanto prezo (Shimada) significa Ilha da Colheita.Muito antes de descobrir isso já me intitulava Ilha. Me isolo, me recolho e se possível me faço caber numa ostra...É bom ser ostra, no meu caso pelo menos... Ostras fechadas estão produzindo pérolas... Ilhas isoladas não tem acesso dos humanos e por isso são melhores preservadas... Não faço drama disto, acho bem engraçado... Pois 'louca' que sou, também adaptei não minha loucura, mas meu modo 'diferente' de interpretar o mundo à realidade.

Nesse período de ausência, um Psiquiatra veio me visitar para saber se eu realmente necessitava de consultas e tratamentos, pois as pessoas à minha volta acreditavam que eu precisava... Minha jornada, tão longa, em conhecer a mim mesma, em descobrir os meios de dominar a mim mesma, de me policiar, de me manter sã não foram consideradas patologias que me levassem a algum tratamento. Para ele, o único problema é que as pessoas à minha volta não conseguem se adaptar ao meu modo de vida, do mesmo modo que eu tento me adaptar.

Ver o mundo como vejo exige grande esforço para adaptar-me à realidade... É meio complicado e se alguém perto de mim tiver a mesma mania de observar, com certeza vai 'pirar'. Não creio no Tempo e portanto isso está meio que visível nas minhas atitudes... Não uso relógio e o Sol me orienta nas fases do dia, pois nele eu acredito. Não como carne e faço discurso na ceia de Natal quando desejo 'bem-vindo' à todos por estarem presente no velório do peru...(Fala sério, parece mesmo um velório com vela e tudo...)... Mandei fechar as grades dos portões não por segurança, mas não gostava que os vizinhos se juntassem enfrente de casa e de lá ficavam olhando minha estranheza como se eu fosse um bicho no zoo. Quando eu saio na calçada é um fato inédito e todo mundo fica sabendo...(Credo!)... Tenho compulsão com cores... Já fiz regressão espontânea para saber em que parte de minha infância isso começou e realmente não sei... Quando penduro roupas no varal eu sigo uma ordem impecável: enfileiram-se por peças, por tamanho, por grupo de cor... Em tudo me oriento assim, por cor, forma e tamanho... Um exemplo típico é que se eu estivesse perdida numa floresta e não tivesse o que fazer, iria recolher todas as folhas no chão e separá-las por tamanho, forma e cor... Até que hoje estou melhor... Se uma cor 'atrapalha' a sequência no meu varal eu resisto bravamente para não mudá-la de lugar...

Um amigo meu esquizofrênico me dizia estar passando por um período tenebroso e sombrio... Ele escreve divinamente! É natural as fases sombrias, ainda mais para quem escreve, para quem tem os sentidos aflorados e tudo absorve, para quem sente intensamente... A tal ‘loucura’ foi dada a alguns para existir poesia, rs. É nas fases tenebrosas que ficamos mais ricos, mais repletos, mais criativos... Sobre o que poderíamos escrever se a vida fosse um ‘mar de rosas’? Água com açucar? A lista de doces gostosos nas vitrines das confeitarias da vida? De todo mel que verte do amor? Credo! Já me encheu de tédio tanto doce, rs.

Insônia já me livrei dela... A depressão já mudei de postura quanto a ela...As manias... Estão aqui... Gosto delas e não prejudicam ninguém, então ficam pois sem elas, será que eu seria eu? (hahahahaha!).

Ás vezes, a realidade externa não está pior que a interna... Mas tudo do lado de fora parece um caos pois reflete o que está dentro de mim... É quando não há em que acreditar nem no que se apegar...

Penso apenas em uma coisa que faz muita coisa passar rápido:"E Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias.""A sabedoria dos homens é loucura para Deus"

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Entre a Cruz e o Punhal



Por um fio,
um meio fio,
uma placa,
um sinal vermelho,
um acostamento,
um revólver,
um disparo,
uma bala perdida,
uma faca,
um abismo,
um rasgo profundo,
um braço,
vários braços,
punhos fechados,
uns chutes,
um gole à mais,
uma carreira,
caminho branco,
um trago,
fumaça mortífera,
um sentimento,
de ciúmes,
um esbarrão,
uma resposta,
um olhar,
de cobiça,
um minuto,
de atraso,
uma hora,
adiantado,
um retorno,
uma partida...



Há uma foice,
a Morte,
que espreita...


Entre uma Cruz
e um Punhal...
Há uma Vida!


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